quarta-feira, junho 01, 2005

Não tem explicação...

Sim. Seus olhos diziam bem mais do que queria dizer.
Oras, tímida como sempre fora, não queria que os outros percebessem quão nervosa estava.
Tremia quase que imperceptivelmente.
Era a primeira vez que estava diante dele. E ele esperava muito dela. Ansiosamente por ela. E a chamava.

Uma voz conhecida parecia querer tirá-la do transe que aquele encontro lhe causara.
Uma voz conhecida a chamava para a vida real. Inevitável. Normal.
Uma voz conhecida lhe tirara o encanto do silêncio.

Volta, meu bem. Volta. Que um dia a mais longe de ti, é mais do que posso suportar. Acorda. Acorda, por favor. Mais de mês que estás a dormir... Que sonhos podes ter?

Sim. Tais palavras diziam bem mais do que se queria dizer.
Sentimental e romântica, como sempre fora, não pode deixar de perceber a emoção nelas contida.
Não tremia. Seus sinais vitais mantinham-se estáveis, assim como durante os 39 dias passados na cama do hospital.

Uma voz conhecida.
A mesma que a chamara, que esperara ansiosamente. Que percebera o quão nervosa estava, através de seus olhos, naquele primeiro encontro, há tanto tempo.

Quis acordar, mas aos poucos percebeu já ser tarde. Gostara da idéia de poder reviver todos os bons momentos.
Voltou a dormir.
Sonhou.

E foi feliz para todo o sempre.

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