sexta-feira, novembro 19, 2004

Dela

Lá estava ela. Ela e um belo sorriso.
Ela e milhares delas. Ela e o medo deles.
Pois sim: ela mete medo. Eu admito.
Sagacidade. Inteligência. Esperteza inútil quando nada se quer além de alguém a seu lado. Alguém que seja igual. Alguém que seja diferente. Alguém que acrescente.
Lá estava ela. E lá estava eu.
Começando tudo de novo.
Ciclos.
Não tem fim.
Círculos.
Diferentes tamanhos. Diversas cores.
Iguais.
Começando de novo.
E descobrindo.
Ela é inteligente, não? Eu também sou.
Ela é bonita? Não sei. Depende do teu padrão de beleza. A mim, encanta.
Não é a mais bela, tampouco a mais feia.
Ela é sensível. Chora por qualquer coisa. E se apaixona fácil pelo que faz.
Lá estava ela. Lá estava eu.
Em meio a tantas elas, tão mais belas, tão menos feias, porque a procuro?
Por qual motivo meus olhares não a fitam e, ao mesmo tempo, não são capazes de desviar-se nem por um segundo dos seus?
Por qual motivo sei tudo o que pensa?
Por qual motivo vejo tudo o que vê?
Ela.
Luz. Raio. Estrela. Luar.
Por qual motivo me evita? Porque tenta fugir? Fingir? Esconder-se?
Talvez não fuja. Não finja. Não se esconda.
Talvez seja fruto de minha imaginação.
Não a conheço o suficiente. Talvez, o suficiente seja pouco.
Dúvidas.

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