domingo, agosto 29, 2004

MELHOR DO QUE VOCÊ PENSA

Dancei. Dancei. Até ficar com dó de mim.
De minhas pernas cansadas. Da sola da bota. Da palma da mão.
Dancei. Dancei.
Rodopiei até ficar tonta, zonza, zureta.
A pista pareceu-me pequena, comparada ao tamanho do meu entusiasmo.
Poderia dançar por territórios estrangeiros. Por diferentes continentes. Mundo afora. Através do tempo. Do espaço. Da timidez e do medo alheio.
Dancei, meu bem. Dancei.
Por que me tirastes pra dançar? Tu bem sabes que eu não desisto nunca. Tu bem sabes que minha raiva se transforma em fervor. Tu bem sabes o quanto te quero. Por que me tiraste do sério? Dos eixos? Por que levou contigo toda a minha razão? Por que não me deixou ali, dançando, mesmo que imóvel?
Dancei. Ah, dancei muito.
Ora no meu ritmo, ora no teu.
Dancei.
Ah, meu bem.
Não sabes dançar?
Vem cá, vem.
Eu te ensino.

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