domingo, junho 06, 2004

O MEU AMOR

Eu te amo. Dito a todo instante. Banal.
Eu te amo. Hoje, sim. Amanhã, quem sabe?
É irracional.
Eu te amo. Palavras mágicas às avessas.
A visão do que poderia ter sido. A dor de ver somente o que é.
Por que não digo? Por que não escrevo um poema meloso, uma canção esdrúxula, ou um simples bilhete?
Por medo? Insegurança? Incerteza?
Talvez.
Esperei. Naquele dia, e em todos os outros, eu esperei.
Ainda espero. Que fique muito claro: ainda espero.
Devo fazer passar. Não sei se quero.
Com certo atraso e sem poemas, canções ou bilhetes: te amo.
A cada minuto, mais intensamente.
Não quero mais as dúvidas. Não quero mais o laconismo.
Não quero as interrogações. Tampouco as reticências.
Se me é destinada a saudade, que venha. Instale-se.
E divida o espaço com a tristeza, que esperta, acomodou-se antes que eu mesma tivesse consciência disso.
Se me é destinado o esquecimento, que eu esqueça tão logo possível.
Se me é destinada a esperança, que a espera me seja tão encantadora quanto aquele sorriso.
Mas, se não me engano, eu não acredito em destino.
E o que isso quer dizer?
Segredo.

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