A sensação de total fracasso tomou conta de seus pensamentos.
As rédeas de sua vida escaparam-lhe das mãos.
Não era ela quem tomava as decisões.
Ela sequer pensava nas decisões.
Havia se perguntado sobre a importância de suas opiniões.
A única resposta que encontrou: não tinham importância.
Deixou de elaborar opiniões. Também não pensava nelas.
Deixou-se levar pela vida.
Talvez não pela vida e sim, através de suas próprias pernas, pelo caminho menos doloroso.
Se doía menos, devia ser o melhor.
E mergulhou na resignação.
Mas, e a sensação de fracasso? Por que se fazia presente naquele momento?
Não era ela quem tomava as decisões.
Não cabia a ela as conseqüências de tais decisões.
O fracasso não era seu. Não era a ela que ele devia se dirigir.
Resignação. Comodismo. Culpa.
A culpa era sua. E ela sabia disso.
Não por ter feito algo de errado. E ela sabia disso.
Abster-se do mundo não a livraria de seus erros, medos, ou qualquer outra coisa.
Abdicar de sua vida só a tornaria ainda mais sua.
Fracasso. Impotência. Desespero.
As lágrimas rolavam por seu rosto.
E a prece, seu único refúgio, fora interrompida por seu soluçar.
Doía menos, devia ser o melhor. Mas não era.
Não era.
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