quarta-feira, junho 09, 2004

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Aquele dia. Acordei cedo. Fui a aula. Matemática. X e Y. Dor de cabeça. Cólica. Vontade de ter nascido homem. Em casa. A tarde. Minha mãe. Pós-operatório. A crise. O nada. A inconsciência. O vazio. O despertar. Tentei levantar. Caí. Dor. A enfermeira. "Quero minha mãe". Minha mãe. O médico. Os exames. O diagnóstico. Lembrança da tia. O desmaio. O despertar. A asfixia. A morte. O tratamento. As noites mal dormidas. O remédio que dava sono. O remédio que dava alergia. O remédio que dava segurança. Nada de mal aconteceria. E a tia? Ela também tomava remédio. Medo. Vontade de dormir e não acordar mais. Vontade de acabar com tudo. Quatro comprimidos. Não foi o suficiente. Seis. Também não. Efeitos desconcertantes. Covardia. Mais que seis? Não. Não tinha coragem. Depressão. Desapego. Desinteresse. Pílulas de felicidade. Olhos verdes. A perda daquele que ainda vive. O brilho dos olhos verdes havia desaparecido. Lágrimas. Uma nova forma de ver a vida. Menos emoção. Mais razão. Uma semana. Uma festa. Um sorriso. A distância. A perda. A dor. Três anos. Nenhuma crise. Palavras insanas. Palavras inúteis. Pensamentos desconexos. Egoísmo. Raiva. Tristeza. Um olhar que esconde mil segredos. Ou não. Mau humor. Bom humor. Brincadeiras. Risos. Bobagens. Seriedade. Não. Não vou rir. Gosto muito de você.


"Me leve às estrelas sem pensar que amanhã tudo pode mudar."
(Me leve às estrelas - Dance of days)

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